"(...)
Antes que os nativos pudessem se juntar, queimei seis povoados e prendi e levei para o acampamento quatrocentas pessoas, entre homens e mulheres, sem que me fizessem qualquer dano.
(...)
Antes do amanhecer do dia seguinte tornei a sair com cavalos, peões e índios e queimei dez povoados, onde havia mais de três mil casas. Como trazíamos a bandeira da cruz e lutávamos por nossa fé e por serviços de vossa sacra majestade, em sua real ventura nos deu Deus tanta vitória, posto que matamos muita gente sem que nenhum dos nossos sofresse dano." (Pag. 33)
CORTEZ, Hernan. A conquista do México. Porto Alegre, LP&M Editores, 1986.
Neste trecho de uma de suas cartas ao Rei de Espanha Carlos I, o conquistador Hernán Cortez fala das crueldades cometidas pelos espanhóis nas guerras travadas contra os astecas pela conquista do México. O saldo deste choque de civilizações foi, como sabemos, a morte de milhares de astecas, a escravização de outros e a colonização espanhola.
Ainda que saibamos que o México moderno tem sua gênese em uma série de complexas interações culturais entre espanhóis, astecas e membros de outros grupos ameríndios, é inegável que aqueles que impuseram seus costumes, crenças e leis foram os espanhóis, e que os ameríndios foram subjugados ao seu domínio e ao de seus descendentes.
A conquista do México foi um episódio no qual os vencedores foram os espanhóis e os vencidos foram os astecas. Na hora de contarmos esta história, muitas vezes reproduzimos esta situação, narrando e interpretando os fatos do ponto de vista dos conquistadores e esquecendo os vencidos.
Pensem nisso e me ajudem a responder a seguinte questão: como formular uma aula sobre a conquista do México sem esquecer dos vencidos (astecas)? Como conciliar, numa aula, o ponto de vista dos vencedores e dos vencidos?
só lar
Há 2 anos