segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quem escreve a história?

"(...)
Antes que os nativos pudessem se juntar, queimei seis povoados e prendi e levei para o acampamento quatrocentas pessoas, entre homens e mulheres, sem que me fizessem qualquer dano.
(...)
Antes do amanhecer do dia seguinte tornei a sair com cavalos, peões e índios e queimei dez povoados, onde havia mais de três mil casas. Como trazíamos a bandeira da cruz e lutávamos por nossa fé e por serviços de vossa sacra majestade, em sua real ventura nos deu Deus tanta vitória, posto que matamos muita gente sem que nenhum dos nossos sofresse dano." (Pag. 33)

CORTEZ, Hernan. A conquista do México. Porto Alegre, LP&M Editores, 1986.

Neste trecho de uma de suas cartas ao Rei de Espanha Carlos I, o conquistador Hernán Cortez fala das crueldades cometidas pelos espanhóis nas guerras travadas contra os astecas pela conquista do México. O saldo deste choque de civilizações foi, como sabemos, a morte de milhares de astecas, a escravização de outros e a colonização espanhola.

Ainda que saibamos que o México moderno tem sua gênese em uma série de complexas interações culturais entre espanhóis, astecas e membros de outros grupos ameríndios, é inegável que aqueles que impuseram seus costumes, crenças e leis foram os espanhóis, e que os ameríndios foram subjugados ao seu domínio e ao de seus descendentes.

A conquista do México foi um episódio no qual os vencedores foram os espanhóis e os vencidos foram os astecas. Na hora de contarmos esta história, muitas vezes reproduzimos esta situação, narrando e interpretando os fatos do ponto de vista dos conquistadores e esquecendo os vencidos.

Pensem nisso e me ajudem a responder a seguinte questão: como formular uma aula sobre a conquista do México sem esquecer dos vencidos (astecas)? Como conciliar, numa aula, o ponto de vista dos vencedores e dos vencidos?

7 comentários:

  1. Não faço a mínima ideia !
    Os povos vencidos SEMPRE são esquecidos :/

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  2. Não faço ideia !
    Os povos vencidos sempre são esquecidos :/

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  3. Tens razão, meu caro correspondente anônimo. A história quase sempre é narrada do ponto de vista dos vencedores, negligenciando aqueles que foram submetidos ao seu domínio.

    No entanto, será que temos sempre de reproduzir esta lógica? Será que não há espaço, numa sala de aula, para apresentarmos as trasnformações da história levando em conta os conquistados, derrotados e subordinados?

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  4. Arthur esse é o desafio! inclusive esse deveria ser o caminho: mostrar as transformações....
    po to fudido no segundo semestre começa a retafinal e as aulas de educação! vou ver se sai algo de bom dali!
    Abraço

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  5. Léo, sempre dá pra tirar alguma coisa das aulas de educação, mas você terá que fazer um esforço grande porque às vezes é difícil assistir àquelas aulas.

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  6. Dia, Arthur!
    Beleza o nome escolhido pro blog! "Ensina-se melhor o que se precisa aprender" - li essa frase em algum lugar que não me lembro, mas não me saiu da memória [quer dizer: tá na minha história, né?]...
    Já sou seguidor, farei outras visitas, mas deixo agora uma observação: como alguém que lida com imagens, senti falta delas por aqui... Enfim, é só uma sugestão, imagem não precisa ser "ilustração", vc pode usar a imagem pra criar "ruídos" com o texto...
    Abraços... e vamos seguindo...

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  7. Valeu pela sugestão, Raul.

    Pretendo passar a postar quinzenalmente aqui no blog e as imagens passarão seguramente a povoar este espaço.

    Abraço!

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